Tudo mundo teclando comigo
E eu não entendo uma palavra que escrevem
Só as que impressionam meus botões
Pessoas vidradas em suas telas
Eu não consigo ver suas faces
Somente sombras onde fulgiam feições
Eu estou indo onde não exista sinal
Onde as redes móveis são presas em árvores e o sol é a única máquina
Indo pra onde minhas roupas nunca vão sair de moda
Escrevendo entre as refeições
Lendo até pegar no sono
Despegando feito uma rocha antigravitacional
Todo mundo teclando comigo
E eu não entendo uma palavra que escrevem
Só as que impressionam meus botões
Não deixarei que me suplantem inteligências artificiais
Não, não vou deixar
Não me cativam as inteligências artificiais