Quando eu suspeito que alguém não é bem certo das ideias, procuro conhecer os pais da pessoa, os avós. Normalmente confirmo minhas suspeitas. Se alguém tem dúvidas que este ano vai ser biruta, é só olhar para o pai dele, suas raízes. Filho de 17. Neto de 16. Este 18tão que chega por agora bem poderia ficar marcado como o ano revolucionário que marcou o início da geração PT. Calma, é pós (fora) Temer.
Imagina se o fora temer fosse o último bandido a comandar o país? Que ano, gente, que ano!
O congresso inteirinho limpíssimo, renovado, moderno. Seu conteúdo, eu me refiro. Verbas em abundância para educação, saúde e segurança. Impostos bem aplicados. Qualidade de vida. Uma potência em questão de bem pouco tempo. Adeus voos de galinha. Bye, bye, complexo de vira-lata. Que ano doido seria esse 18. Mas vindo de onde vem? Plantado do jeito que foi? Olha que já nasce torto.
Doido, mas doido, mesmo, foi 68. E tem gente pedindo seu retorno. Não tô dizendo que algumas pessoas não são bem certas das ideias. Como se já não bastassem as chagas expostas. Meu medo é que este ano – maluco de pai e mãe – desembeste pra este lado. Como vou explicar isto aos meus netos, se eu os tiver, no futuro, se nós o tivermos?
Minha esperança, que agora usa lentes pra esconder aqueles verdes olhos de esmeralda, é que será permitido votar este ano, não é que se possa escolher um presidente, veja bem, mas será permitido que votemos para presidente, e eis que a minha esperança põe os óculos escuros e me pergunta de saída: “Em quem, Jesus, Maria, José, em quem?”.
Como eu ainda não sei em quem votar, talvez ninguém saiba, ou, quem sabe até, nunca se soube como se faz isto por aqui, sigo torcendo pra que este ano seja o mais sem noção dos últimos, sei lá, quinhentos anos. Desse período pra cá, a noção que se tem de país não me parece razoável. Desejo, com fé, que este seja o primeiro ano de uma abundante riqueza moral pacífica e duradoura. Oxalá não puxe aos seus, nem me decepcione esse menino.