Eu Tiagradeço

Queridos amigos, queridíssimas amigas, caríssimos, raríssimos e fiéis leitores, bem nesse mesmo ontem calhou de acontecer os trinta e sete do Pedroso, o bicho de concha que me empresta esse corpinho de marido. Digo isso para justificar essa prosa tosca sobre assunto enfadonho e do qual tanto ignoro. “De mim, a quem desconheço totalmente, falo de cadeira.“.

Assim, vou lhes dizer, mesmo, é sobre o meu Maria, esse que foi concebido em uma oficina literária mágica da professora Valesca de Assis; que tempos depois nasceu, com uso de  fórceps, parto anormal, à luz plena da cidade baixa, na mesa do Apolinário, sob edição atenta do mestre Rubem Penz, e que me sustenta a alma.

Esse Maria, que agora se impõe sobre mim, conhece das minhas angústias e meus desejos. Sabe dos meus fedores e das minhas coragens. Eu Tiago, o Pedroso, saibam que estou ficando é um velho frouxo, quase que choro com as mensagens que recebi na beladata.

Obrigado, amigos e amigas, por me aceitarem tal qual sou. Por lerem essas bobagens e ainda assim e acima de tudo, me dedicarem atenção e carinho.

Meu Maria não percebe a caminhada do tempo em anos ou através de efemérides convencionadas. Segue um calendário próprio baseado nas fases da lua onde todo dia é quinta-feira, sempre véspera de um feriado. Descobre a hora pela postura do garçom. Meu Maria volta ao bar e fica, até a última página de saideira.

Maria, que não deixa de ser também um eu disfarçado, e que é até um pouco mais de mim mesmo do que realmente bem saiba, confessa: “tenho todos os defeitos que, nos outros, detesto”. Eu Maria, concordo. E acrescento, tenho algumas virtudes que dos outros desdenho.

Como as de ser bem quisto pelos amigos e amado por algumas benditas mulheres. Essas com quem divido a aventura que é conviver comigo todos os dias. “Só se está só ou acompanhado, dentro de si mesmo”. Muitíssimo obrigado. Eu os beijo a todos.

 “Sei que não tenho idade

Sei que não tenho nome

Só minha juventude

O que não é nada mal”

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