quando penso a morte

penso na dor dos que não morreram

 

quando penso a morte

penso no silêncio das pedras.

 

quando penso a morte

penso nas pessoas que vivem a pensar na morte

 

quando penso a morte

penso numa velha sem dentes de longa trança grisalha

 

quando penso a morte

nunca mais o sol no rosto

 

quando penso a morte

penso em meus mortos queridos que nunca param de morrer

 

quando penso a morte

penso nos vivos a refutar os pequenos prazeres

 

quando penso a morte

penso no breve que é o seu oposto, no quão fugaz seu deleite

 

um coro de passarinhos na minha cozinha

gorjeiam

 

e há sempre alguém que dirá:

amanhã faz um dia.

 

ursinho

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