Nossa vacina diária – feliz ano bom!


Um ano para esquecermos ou para ser lembrado?

Fomos individualistas por estratégia de vida, nos isolamos para preservar o outro, afastamos os nossos afetos por inteligência, nos mantivemos mascarados, assépticos e distantes a maior parte do tempo. E vencemos. Estamos vivos e destacamos a última bendita folha do calendário. Muitos negaram a oportunidade, outros tantos não tiveram a sorte, a estes, por estes, são nossas memórias e nossas coragens que se renovam.

Embora sejam inúmeras as derrotas e as perdas, as incontáveis decepções, o cansaço físico e psicológico de pular todo dia, com os pés atados, uma rasteira, não faltaram oportunidades para aprendermos melhor sobre nós mesmos, conhecermos ainda mais os que convivem conosco, valorizarmos a casa, compreendermos o nosso corpo, trabalharmos a mente e prepararmos o espírito.

Deixaremos este que se encerra melhores do que iniciamos, ou, pelo menos, mais cascudos.

Um ano para lembrarmos ou para ser esquecido?

Acredite, há quem garanta ter sido o melhor ano de sua vida. Existem também os que perderam tudo, e esse tudo arrastou consigo o que esteve pela frente. Os que se mantiveram mornos, indiferentes, alheios ao pandemônio. E as crianças, elas sim tiraram de letra, inventaram novos mundos, pintaram paisagens, deram aulas nos eletrônicos, acompanharam atentas os noticiários e desentenderam tudinho pra nós. As crianças, são elas a nossa vacina diária.

Contudo, o tempo, que não para e nem dá marcha à ré, segue na direção do futuro. O futuro que é dessas mesmas crianças que nos salvam a vida todos os dias, e que começa uma folhinha novíssima no calendário. Que nos apropriemos deste que chega com a curiosidade, a ousadia e a verdade de uma criança. Que nos imunize e nos humanize.

Feliz ano bom!

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