Tem gente que saiu da quinta série já faz bastante tempo, mas a quinta série jamais sairá dessas pessoas. Daí que qualquer peido serve para gracejos, aforismos e trocadilhos em um nível ensino fundamental de piadas. Agora, por exemplo, foneticamente falando, o Koo tá na reta. Assim, o que podia ampliar nossos horizontes em estudos aplicados a fala virou pilhéria, desbunde, anedota de salão. Explico para os ainda virgens no contato mais íntimo com a ferramenta, sim, na rede, o Koo é livre e social.
A pronúncia do nome do aplicativo indiano, o Koo, é assim mesmo: cu. Pronto. Bastou para cair sentado no gosto popular brasileiro. Arrisco dizer que o cu realmente unifica a humanidade (leiam o texto “O cu de Adão”, da Nathallia Protazio; ou, “O segundo cu, da Natalia Nodari, mais ainda, “O ano do cu”, da Ana Marson). Ou seja, literatura na área existe. E quem não tem o seu pra tomar conta? Aliás, tem uns por aí que cuidam tanto o alheio que se esquecem de controlar o próprio. No APP dos outros é refresco!
O curioso, opa, esqueci que há uma brincadeira sobre o Koo de curioso – refaço. O intrigante é que o símbolo do Koo é um pinto (no sentido animal, seus depravades). Tá, eu sei que é um concorrente que tá deixando o passarinho do Elon Musk cabisbaixo, assim, murcho, encolhido e com o Koo, digamos, apertado. Eu sei. Mas não seria interessante, pelo menos por aqui, que o símbolo fosse um orifício, uma espécie de buraco negro com pregas, um anel de couro cabeludo, sei lá, essas pessoas de marketing que são criativas.
O problema é que a quinta série não tem limites. Então a coisa que era para ser um debate sério sobre linguística descamba fácil para piadas ruins de duplo sentido, que são, na verdade, duplamente ruins. Já li coisas como: “Ninguém solta o Koo de ninguém”. “Hoje o Koo travou e não fiz m* nenhuma”. “Abre teu Koo aí quero ver uma coisa”. “Vou seguir teu Koo, forever”. “Olha, vê se no teu Koo aparece esse sinalzinho aqui?”. Nesse nível.
Quando é lógico que se trata de um processo visto na fonética acústica devido ao modo de articulação do “K”, que é uma consoante oclusiva velar desvozeada, seguida de dois “os”, que são vogais altas, posteriores e arredondadas. A palavra, na verdade, é uma onomatopeia, o som que o pássaro amarelo da logomarca da empresa faz. Tão simples. Parece que gostam de complicar. Ou querem mesmo aparecer, só pode. Mas vão tratar esse complexo com o Koo de vocês, caramba.
Tava demorando você mexer no Koo… 🙄 Semvergonho!
Muito bom! “Foneticamente falando”…
Sei que tu gostas e entende da temática, Altino.
Carinho,
Assunto de interesse geral, Gian.
Beijim
Só poderia ser você para lembrar do Koo e chegar a ele com tanta competência, Tiago. Parapenz!