Flor de novembro

Meu segundo amor

Para Júlia Acosta Pedroso, minha florzinha, a ti, todas as primaveras.

 

Sabe, meu segundo amor nasceu bem nesses mesmos vinte e oito de novembro. Pesava quatro quilos e cento e dez gramas. Media cinquenta e um centímetros. Um baita bebê! Faz hoje dezoito anos o meu segundo amor. Minha florzinha de novembro. Ela não é linda, gente?

Ainda custo a acreditar que, através do amor, fui capaz de gerar uma vida assim, tão cheia de vida. O segundo amor, quando chegou pra expandir meu mundinho, no finalzinho da primavera, trouxe pra mim esses olhos pidões que eu não consigo evitar até hoje.

Meu segundo amor, esse meu amor que alcança a maioridade, agora, já percebe minhas fraquezas. Já entende de super-heróis. Sabe que pai também erra. E que tem falhas e angústias um pai de verdade. Aos amores, penso eu, nada se deve ocultar.

Esse segundo amor da minha vida continua mudando pra melhor esse grosseiro rapaz que vos derrama esses versos aPAIxonados. Abre tua janela, meu amor, é estação das flores de novo. Tua juventude, esse sol que te escapa dos poros, a nossa família aquece e renova. Vê, filha, tu iluminas nosso jardim todinho.

Tivesse eu uma única oportunidade, uma audiência direta com o Homem lá de cima, a chance exclusiva de um desejo, pedia: paizinho do céu, protege essa minha florzinha? Dos ventos, da ácida chuva, das ervas daninhas. Não deixes que sequem suas raízes. Permite que cresça em boa terra.

Amor da minha vida, segundo, tu bem sabes, não em importância, apenas porque vieste à luz do meu amor primeiro, não sei mais teu peso nem o tamanho da tua altura. Enxergo daqui uma mulher incrível, querida pelos amigos, ciente da força e da coragem que os tempos exigem.

Vejo também, aqui da nossa janela, sentados à sombra de um ipê roxo, uma menina de cabelinho cacheado até a cintura, magrela, metida num vestidinho todo estampado de margaridas. Segura firme a mão do jovem que lhe conta uma história divertidíssima. Olha, florzinha, somos nós anteontem. Que saudade. Passa rápido, né?

Amo-te. O mundo é teu, filha. Seja feliz e faça os outros felizes. Obrigado, de nada.

flor de novembro

 

gostou? compartilhe e curta!!

2 comentários em “Flor de novembro”

  1. Ah, ser pai de menina… Sei. Mas abes muito, muito, muito mais!
    Linda homenagem, Tiago! Parapenz! (a ambos)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Rolar para cima