“Ah, que vontade de escrever bobagens bem meigas, bobagens para todo mundo me achar ridículo e talvez alguém pensar que na verdade estou aproveitando uma crônica muito antiga num dia sem assunto, uma crônica de rapaz; e, entretanto, eu hoje não me sinto rapaz, apenas um menino, com o amor teimoso de um menino, o amor burro e comprido de um menino lírico.”.
Rubem Braga
Ode à Ina
…ê
Inapelável, a sorte me colheu pelo braço e sorriu. A sorte é morena. Usa bem as covinhas. Disfarça uma pinta um tantinho acima da boca. Esgrima enormes olhos amendoados. Divina.
Inaudível, um assovio do acaso e já não se ouve os ruídos do mundo. No meu silêncio tamanho, sussurra uma voz rouquinha. Contida. Quase felina.
Inalar a suave essência da seiva na flor de mais doce resina.
Inaugurar tua luz – nossa paz. Uma. Mais uma. E mais outra menina.
Inatingível, esse dourado sol que se inclina, agora, só me toca em sol maior. Envieso a calçada, e é uma sombra lilás que salpica na grama prateados de purpurina.
Inaceitável esbaldar-se assim nesse estado de encantamento. Entanto, parece até sina.
Inacessível. Esteio onde sossegam os dias que passam. Tu és vacina e veneno. Farol que ao meu receio ilumina.
Inatento. Morri. Renasci. Tornei morrer e vivi novamente. Nesses teus olhos enormes, entrevi os riscos do meu futuro. Só coração, consenti. Minha razão nada opina.
Ina, vê, é só teu tiago de sempre. Repara. Nas sombras dos meus segredos, a luz do que digo e escrevo.No que me sobra dos além-medos. O que me falta. Que me inicia e termina. Tudo, tudinho, contigo combina.
Que legal Tiago, adoroooo ler oque tu escreve, sensacional, parabéns!!!Um grande abraço e um beijo com muito carinho e saudade.😘😘
Obrigado, profi Kelly, carinhos assim, de leitores qualificados, motivam esse grosseiro rapaz
aqui! <3 😉