Tá, bomba, não, estalinho…
Não é que seja de um todo boa, não é isso, mas tem seu lado aprazível se vista de algum ângulo que, agora, de bate pronto, assim, no momento, não consigo vislumbrar. Não que mereça destaque ou qualquer coisa de preocupação, nada disso. Na verdade, nem sei se é mesmo notícia que se apresente, se é digna de nota, por isso, largo assim, na surdina, e saio de fininho antes que notem ser só eu mesmo, outra vez, falando de mim.
Acontece que depois do nosso pleito dezoitão, e a enxurrada de manchetes sobre mitos e seus laranjais, divindades em goiabeiras, diz que me disse, disse que disse, não disse e disse pra que não diga mais nada, as notícias acabam atropelando-se. Penso, como você não percebeu nada, que não teria importância nenhuma o que eu vou dizer. Mesmo assim, preciso dizer, um pouco avexado, é verdade, sonhava trazer-lhes sublimes novidades, não este arremedo de fofoca chinfrim.
Vão legalizar outra vez a caça às baleias. As abelhas estão desaparecendo. Geleiras derretem. Vulcões despertam. Tsunamis. Massacres aos indígenas. Não se sabe até hoje quem matou Marielle. O ministro da educação colombiano. O amigo do presidente na Petrobrás, o filho do vice no bb, o mesadista, digo, motorista da primeira dama no MP, opa, quer dizer, no hospital, o ministro nota fria com nome de marca de chuveiro, tudo isso é mais urgente, surreal e importante do que o que eu vou anunciar. Porém, o faço pois só consigo viver desse jeito, como sentenciou o velho Braga, em voz alta.
É verão. O ritmo sertanejo universitário ainda não se formou neste semestre e segue sua repetência nas rádios, nos automóveis, elevadores, parques de diversões, agências do correio, no carrinho de picolé e nas farmácias nossas de cada esquina. Meninos usam, fio dental, azul e meninas usam, os pelos das axilas, rosa. Quase a segunda década do século vinte e um e animais ainda são abandonados nesses períodos de férias. Pessoas matam-se umas às outras nas estradas. Mas também não são essas idiossincrasias que eu quero contar.
Tá, vou falar, não que alguém tivesse me perguntado, longe disso, de fato, pouquíssimos perceberam, eu é que tenho essa mania de explicar o que ninguém quer saber, exatamente como estou fazendo agora, enquanto ganho tempo e tomo uns goles de vergonha na cara. É que eu volto a escrever nas terças, pronto, falei. Achei justo, meus amigos, que soubessem. Agora podem organizar suas agendas e desviarem das minhas redes sociais nesses dias, ou, aos que preferirem, que continuem a ler as bobagens desse pobre moço. Bom, é isso, eu avisei. Obrigado, de nada.