A ver o bando passar cantando coisas de horror

Senhores, excrementíssimos: apenas paguem as bolsas PIBID e RP.

 

É muito simbólico o atraso no pagamento das bolsas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) e Residência Pedagógica (RP), muito perigoso e cruel. O PIBID não cabe no projeto de Brazil que estamos vendo se instaurar. Precisamos gritar para todos ouvirem: o PIBID é uma política bem-sucedida, efetiva e fundamental!

Seus muitos méritos precisam ser lembrados, divulgados e conhecidos. O recurso é garantia essencial para a permanência de milhares de estudantes na universidade. Sinto o mesmo desespero que acomete diversos colegas temerosos com a interrupção de nossas bolsas.

O subsídio, até então direito adquirido, provem de um contrato que está sendo cumprido na íntegra apenas por uma das partes, a dos estudantes, professores e coordenadores. Nossos relatórios estão em dia, o preparo das aulas e a dedicação à docência não sofreram nenhum tipo de atraso, muito antes pelo contrário, intensificaram-se com a Pandemia.

Tão importante quanto o benefício financeiro é o fato de que nós, pibidianas e pibidianos, estamos inseridos no cotidiano das escolas e da sala de aula, de forma que vamos aprendendo assim a valorizar uma formação docente qualificada, por meio da relação com os supervisores e com as turmas.

A experiência entre os discentes, o convívio com professores e alunos das escolas públicas torna necessário e possível relacionar teoria e prática. O programa proporciona à universidade condições de realizar uma de suas tarefas sociais fundamentais que é a sua aproximação com a comunidade por meio de ações colaborativas de aprendizado mútuo.

Assusta o fato de que, sem alarde, ficamos sentados a ver o bando passar cantando coisas de horror. Ou seja, direitos que temos hoje, amanhã podem deixar de existir. Liberdade de expressão, a educação, o voto… Repito: é muito perigoso tudo isso, muito simbólico e nefasto. Dinheiro há!

O programa de iniciação à docência eleva a qualidade da educação superior e da educação pública. A quem isso não interessa? Aos dublês de sheiks árabes com certeza não.

Minha atuação no PIBID evidencia o quanto esse programa é importante para toda a comunidade escolar e pode – e até mesmo deve – ser melhorado, ampliado e fortalecido, mas jamais desmontado como se está vendo.

Há alunos de ensino médio indo para a universidade depois de atuações brilhantes de colegas meus pibidianos. Há também colegas meus pibidianos se tornando professores convictos e vocacionados após o término de suas graduações.

O PIBID e a RP são políticas públicas de Estado e não de governo. Precisam ser respeitadas e honradas em todos os sentidos. Este é o exemplo para quem está iniciando na profissão? Em um país como o nosso, retirar recursos da educação é um deboche, um projeto maligno, puro escárnio.

Pibidianos do mundo, uni-vos!

 

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