Retorno

“Bom dia amigos, bom dia inimigos, amai-vos e odiai-me”. Se for para o bem de todas e todos, e para a felicidade geral da nação, diga ao povo que volto. Leitor angustiado pergunta se não escrevo mais crônicas neste sítio, a propósito, pode parecer estranho (e realmente é), mas tenho sim um leitor que reclama meus textos, daí que, agregado à minha mãezinha, somam-se duas boas almas a fazer coro para que siga me empenhando nessas mal traçadas de terças-feiras, cada vez mais e pior. Obrigado, de nada.

Assim, à primeira vista, considerando que o cansado cronista aqui está no patamar dos escritores mundialmente desconhecidos, um par de leitores já é um bom começo, né não? Ah, novatas e desavisadas gentes, perdoem mais um texto pessoal, é que “de mim, a quem desconheço totalmente, falo de cadeira”. Peço que não se sintam mal (nem bem) com o fato de jamais terem tropeçado em uma dessas linhas. Saibam que não estão sozinhas, meus textos já não foram lidos por bilhões de pessoas. Por isso, tirando minha mãezinha e o angustiado leitor citados acima, vocês fazem parte de uma imensa e feliz maioria. Opa. Lamento, mas, faziam.

Sabe-se que as águas de março fecham a estação e carregam consigo sempre uma promessa. Prometi voltar às crônicas do site esse mês, para o delírio da minha mãezinha e o alívio do leitor que me cobra o ofício. Então, preciso esticar um olhar de cronista bissexto sobre o despercebido no cotidiano. Aquilo que em nossa r(e)otina vemos sem enxergar. Tipo: nuances de uma sacola plástica ao paladar do vento; a DR de um casal de rolinhas no fio de luz; nossos descaramentos políticos diários; a desfaçatez de uma criança que limpa o nariz, e come.

Claro que há coisas sérias neste espaço. É raro, mas têm. Um tanto de melancolia aparece também. Críticas. Denúncias. Piadas de gosto duvidoso. Muito amor, muito amor, muito amor. Poesia, por que não? Música, que ninguém é de ferro. Filosofia de botequim. Realismo fantástico ou nonsense, como preferirem. Memórias, enquanto as tenho bem vivas. Saudades, todas. Planos, sucessos e frustrações, pois que o fracasso, de certa forma, também é caminho de chegar. Feito essa crônica, que não tinha um mote definido e chegou até aqui. Pronto, já posso começar a escrever.

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